sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Um mundo gay “certinho” demais…


Sábado a noite voltando na chuva para casa, fiquei pensando algumas coisas que fiz durante a tarde de sábado, quando fui eu e um amigo hetero a praia, ,na tarde em que desabou uma tempestade e tivemos que nos abrigar em um Bobs. Na tarde em que encontramos amigos e já que voltamos a praia ligo após a tempestade de verão ter passado. Jogamos altinha, e depois futebol americano e rugby. Não estou aqui querendo passando uma impressão masculizada, estou apenas contando sobre coisas que faço e estão no meu cotidiano semanal.
Jogamos, nos sujamos de areia, um agarrando e tentando derrubar o outro, sem maldade. Coisas simples, e o melhor, sentamos os seis juntos na areia molhada observando o sol se por em meio a tempestade que rondava o mar.
Não é cena de filme, é coisa simples que gostaria de compartilhar com outros gays, que gostaria de tê-los participando, mas que eles se recusam nesse formato.
Confesso que as vezes tenho a impressão que o mundo gay tenta ser certinho demais, engomadinho demais, arrumadinho demais, como se fosse um desfile, uma passarela.
Isso as vezes me fere, a falta de outros gays ou até rapazes não assumido com vontade de vivenciar essas coisas, com vontade de não somente viver o mundo dos bares e boates. Pois, boa parte dos gays assumidos, ou que são mais visiveis na sociedade, rotulam e limitam seus mundos a esses espaços.
Essa semana conversando com um leitor que nos deixou um comentário. O mesmo dizia, como o meio gls era mais leve antigamente, até mais simples e descomplicado em épocas que ser gay era mais difícil; como antigamente (10 anos atrás) as pessoas se permitiam não somente estarem num mundo somente de glamour de bares e boates.
É de coisa que parecem bobas e banais para muitos que sinto falta ver gays fazendo.
Sinto falta também de gays fazendo atividades que muitos rotulam como masculinizadas, mas que são comuns, simples, e não tem nada de grosseiras ou até como alguns gays falam “primitivas”. Sinto falta de um cara que tope conhecer meu mundo, que não tenha medo de se sujar de areia, de falar bobagem, de interagir com gente mais nova e até muito mais velha. Que tope andar descalço, viver um dia-a-dia sem aquela coisas criada por uns que você tem se vestir igual, não pode suar, não pode interagir com outros grupos ou tribos.

Sinto falta de DIVERSIDADE de atividades no mundo gls.

Texto retirado do blog: Dentro do Armário

Nenhum comentário:

Postar um comentário